Volume 3
Número 4

20 de julho de 2006
 
 * Edição atual    
Documento sem título

          A hegemonia do computador na era do entretenimento

         Pesquisa realizada pela Bloomberg e pelo jornal Los Angeles Times sobre os hábitos de entretenimento dos adolescentes (12 a 17 anos) e jovens adultos norte-americanos (18 a 24 anos) indicou que o computador é o dispositivo eletrônico preferido, seguido do celular. A televisão, que reinava na década passada, ocupa agora apenas o terceiro lugar.

         A pesquisa, que abrangeu cerca de 1650 adolescentes e jovens adultos e foi realizada por meio da Internet no período de junho a julho de 2006, concluiu também que os entrevistados não estão contentes com qualquer uma das opções escolhidas. Eles, em sua maioria (sete entre 10), confessam que ficam entediados porque sentem que as opções de entretenimento disponíveis não o satisfazem integralmente.

         Pesquisas realizadas em outros países, e mesmo no Brasil, também têm constatado a gradativa substituição da televisão pelo computador, evidentemente entre os jovens que têm acesso a ele. Estas mudanças, se confirmadas, o que é bastante provável, tendo em vista a efetiva convergência das mídias, deverá alterar, segundo os especialistas, o universo da comunicação, particularmente no que diz respeito aos investimentos em propaganda.

          Reportagem denuncia saque de patrimônio cultural brasileiro

         Matéria publicada em julho no jornal O Estado de S. Paulo , e assinada pela repórter Cristina Amorim, revela a dilapidação escandalosa do patrimônio cultural brasileiro em Santana do Cariri, no interior do Ceará. Moradores estão comercializando fósseis de milhões de anos na feira da cidade, especialmente peixes e insetos, e é possível inclusive econtrar, ainda que com muito maior dificuldade, ossos de dinossauro e pterossauro.

         A região da Bacia Sedimentar do Araripe, entre os Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, é rica em fósseis e, em virtude da omissão da fiscalização (a venda de fósseis é crime federal), este precioso material vem sendo vendido a turistas e mesmo a museus no exterior. A reportagem do Estadão chegou a flagrar um paleontólo inglês na cidade de Nova Olinda, vizinha à Santana do Cariri, procurando fósseis para comprar.

         As peças retiradas do Araripe destinam-se sobretudo a alguns países, dentre os quais a Grã-Bretanha, mas também Alemanha, Japão e Estados Unidos. Embora exista uma convenção da UNESCO que proibe a importação e exportação de bens culturais e históricos, entre eles os paleontológicos, como explica a repórter, estes países não ratificaram o tratado.

         O paleontólogo Ismar de Souza Carvalho, da UFRJ, entrevistado por Cristina Amorin, aumenta o tom da denúncia : "a preocupação (refere-se ao saque) não é científica mas econômica. O fóssil serve para captar recursos em réplicas, direitos de reprodução da imagem, laboratórios e projetos pessoais".

 

 
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